Procuradora da Mulher na Câmara, vereadora Cleide Hilário ressalta que vítimas de abuso e assédio sexual têm buscado ajuda no órgão
Por: Charlene Nogueira
A Câmara de Anápolis tem hoje um órgão para acolher e apoiar mulheres vítimas de violência doméstica. Criada em 2021, a Procuradoria Especial da Mulher tem se consolidado como um importante pilar na rede de proteção às anapolinas. Sua coordenadora, vereadora Cleide Hilário (Republicanos), é a autora do projeto que criou a Procuradora da Mulher, segundo ela uma “voz da igualdade e da justiça” no Legislativo municipal.
Apesar de os pedidos de ajuda serem mais frequentes daquelas que são vítimas de violência, Cleide diz que afirma que a Procuradoria Especial da Mulher tem se dedicado a abordar um espectro mais abrangente de questões. A vereadora enfatiza que o órgão atende também crianças e adolescentes que sofrem qualquer tipo de abuso, seja ele de cunho sexual ou físico.
Cleide Hilário compartilha um caso recente em que a Procuradoria desempenhou um papel fundamental: “Nós atendemos uma jovem que foi assediada sexualmente dentro de um ônibus. Ela se sentiu constrangida quando um homem fez gestos obscenos e a olhou de maneira indecente. A jovem procurou nossa ajuda, e nós a encorajamos a denunciar. Estamos acompanhando o caso e fornecendo apoio durante todo o processo”. Este exemplo ilustra como a Procuradoria da Mulher tem desempenhado um papel fundamental em encorajar as vítimas a denunciar situações de assédio e abuso sexual.
A abordagem da Procuradoria não se limita apenas ao atendimento direto. A vereadora ressalta a importância de colaborar com outras entidades que fazem parte da rede de proteção à mulher em Anápolis, como a Patrulha Maria da Penha, a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM), o Centro de Referência de Atendimento à Mulher (Cram) e todo o sistema de proteção disponível.
Além dos desafios diários, a Procuradoria da Mulher enfrenta um obstáculo recorrente, não apenas em Anápolis, mas em todo o Brasil. Cleide Hilário explica que muitas vítimas acabam desistindo dos processos, o que prejudica os esforços no combate à violência. Isso se torna particularmente evidente nos casos de violência doméstica. “Quando uma vítima desiste do processo, todo o trabalho que realizamos é afetado. Não podemos avançar sem a cooperação da vítima”, ressalta.
A vereadora enfatiza que a população desempenha um papel fundamental ao apoiar e divulgar as iniciativas da Procuradoria da Mulher e da rede de proteção como um todo, pois ajuda a criar consciência e encorajar potenciais vítimas a buscar ajuda, pois em Anápolis existem portas abertas, onde as vítimas podem encontrar acolhimento e proteção.