Projeto aprovado por unanimidade na Câmara Municipal prevê benefícios e reconhecimento para companhias que adotarem políticas de inclusão.
A Câmara Municipal de Anápolis aprovou por unanimidade, nesta quarta-feira (7), o Projeto de Lei Ordinária (PLO) 67/2025, que cria o Selo Empresa Amiga da Mulher Vítima de Violência. De autoria da presidente da Casa, Andreia Rezende (Avante), e da vereadora Cleide Hilário (Republicanos), a iniciativa visa reconhecer empresas que promovam a inclusão profissional de mulheres em situação de vulnerabilidade. Para receber a certificação, as organizações deverão cumprir ao menos dois requisitos, como reservar 2% das vagas para essas profissionais ou garantir equiparação salarial.
Andreia Rezende destacou a importância da medida como política pública efetiva. “Mulheres vítimas de violência e mães têm mais dificuldade de se manter no emprego, seja por questões emocionais ou preconceito”, afirmou. Cleide Hilário, que também é Procuradora da Mulher no legislativo municipal, ressaltou os desafios enfrentados por essas mulheres: “Elas se sentem envergonhadas, são coagidas e muitas vezes perdem o emprego. Queremos ajudá-las a romper o ciclo de violência”.
O projeto estabelece critérios como a criação de políticas de crescimento profissional, promoção de campanhas educativas e garantia de igualdade salarial entre gêneros. A proposta, que já passou por dois turnos de votação, segue agora para sanção do prefeito Márcio Corrêa (PL). Se aprovada, Anápolis se tornará uma das primeiras cidades goianas a adotar um mecanismo desse tipo.
A iniciativa surge em um contexto de aumento nos casos de violência doméstica no estado. Dados da Secretaria de Segurança Pública de Goiás mostram que Anápolis registrou mais de 1.200 ocorrências de violência contra a mulher em 2024. O selo pretende incentivar o setor privado a participar ativamente da rede de proteção, oferecendo não apenas emprego, mas também condições para a reconstrução da autonomia feminina.