O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), usou suas redes sociais neste domingo para se manifestar sobre o ato em Copacabana em defesa da anistia aos envolvidos nos protestos de 8 de janeiro de 2023. Caiado, que já havia defendido a medida no início de 2023, reiterou sua posição e comparou a situação atual à postura adotada pelo ex-presidente Juscelino Kubitschek (JK) após tentativas de golpe durante seu governo.
“Não apenas sou a favor da anistia aos manifestantes de 8 de janeiro, como fui o primeiro a defendê-la, em entrevista ao jornalista Mário Sérgio Conti, no início do ano passado”, afirmou Caiado. Ele destacou que, assim como JK concedeu anistia após os episódios de Jacareacanga e Aragarças, o Brasil deveria seguir o mesmo caminho para superar divisões e focar em desafios urgentes, como a violência e a inflação.
Comparação com a era JK
Em entrevista à Globo News, Caiado relembrou a postura de Juscelino Kubitschek diante de crises políticas. “Muitas pessoas foram presas, outras fugiram para o Paraguai e para o Uruguai. E qual foi a atitude dele? Ele disse: ‘Eu quero é governar. Pode anistiá-los, acalmar a situação, resolver os problemas. Vamos produzir, vamos levar a capital para onde se trabalha, onde se produz’”, explicou o governador.
Para Caiado, a anistia seria uma forma de pacificar o país e permitir que o governo se concentre em questões prioritárias, como o combate à insegurança e à alta dos preços. “As penas de até 17 anos de prisão aos manifestantes são excessivas. O Brasil precisa deixar essa discussão inócua para trás e enfrentar a violência, combater a inflação que assombra quem vai ao supermercado e construir uma vida melhor para os brasileiros”, afirmou.
Críticas a Lula
O governador também criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acusando-o de abandonar o discurso de campanha e acirrar divisões políticas. “Diante do momento que vivemos hoje, com a insegurança crescente no Brasil, onde facções criminosas dominam grande parte do território nacional, será que não precisaríamos de um presidente mais presente?”, questionou Caiado.
Contexto político
A defesa da anistia por Caiado ocorre em um momento de polarização no país. Enquanto setores do governo Lula defendem a punição rigorosa dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, parte da oposição argumenta que a medida seria essencial para reduzir tensões e permitir que o país avance em agendas prioritárias.