Deputado federal, que permanecerá nos EUA, se emociona ao falar sobre risco de prisão no Brasil e critica Alexandre de Moraes e PF; decisão ocorre às vésperas de julgamento de Jair Bolsonaro no STF.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) anunciou, nesta terça-feira (18), que pedirá licença do mandato na Câmara dos Deputados e permanecerá nos Estados Unidos, onde se dedicará a buscar “sanções aos violadores de direitos humanos” e “justas punições” para o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e a Polícia Federal. Em entrevista à revista Timeline, Eduardo se emocionou ao falar sobre o receio de ser preso no Brasil e a possibilidade de nunca mais ver o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Meu pai queria o filho perto dele”, disse, chorando.
A decisão de Eduardo ocorre às vésperas de um julgamento crucial no STF, que decidirá se aceita a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Jair Bolsonaro por suposta tentativa de golpe relacionada aos atos de 8 de janeiro de 2023. Caso a denúncia seja aceita, o ex-presidente e seus aliados poderão responder por crimes contra a democracia. O deputado também reagiu a um pedido do PT para apreender seu passaporte, acusando o partido, Moraes e a PGR de atuarem em um “jogo combinado” para facilitar sua prisão.
Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos desde 27 de fevereiro e se ausentou de um evento promovido pelo pai no Rio de Janeiro no domingo (16/3), que defendia a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. O deputado, que já foi alvo de investigações por suposta disseminação de desinformação, afirmou que sua decisão de ficar no exterior é um “sacrifício” necessário. “Eu não gosto que pareça que estou me vitimizando, mas é uma realidade, uma possibilidade real de eu nunca mais ver meu pai”, declarou, reforçando o clima de tensão entre bolsonaristas e o Judiciário.